18/09/2019
Segundo dados do Sebrae e do IBGE, hoje 9 a cada 10 empresas brasileiras são familiares, podendo ser consideradas como um pilar da economia nacional. No entanto, estas empresas apresentam peculiaridades que requerem extrema atenção. Sabe-se que 70% das empresas familiares não sobrevivem à segunda geração, e apenas 5% chegam à terceira geração.
Alguns cuidados especiais devem ser tomados quando o assunto é empresa familiar, isto porque alguns transtornos podem acarretar conflitos familiares, ou até mesmo levar ao fim dos negócios.
Deve-se evitar ao máximo misturar a vida pessoal com a vida profissional, evitando assim com que os conflitos de âmbito familiar contagiem ou influenciem as relações profissionais, o que certamente desestabilizaria ainda mais ambas as relações.
De outro lado, a confusão das finanças pessoais com as da empresa pode ser considerada como um dos maiores obstáculos para o sucesso destas empresas familiares. É comum encontrar casos em que os proprietários ou sócios administradores utilizam capital da empresa para adquirir bens pessoais ou até mesmo para quitar dívidas pessoais da família.
Fato é que esta confusão pode colocar em risco a saúde financeira da empresa, que ficará prejudicada na hora de cumprir com suas responsabilidades, como pagamento de funcionários, produtos e fornecedores, podendo ainda, gerar conflitos no momento da prestação de contas.
Ainda, a extrema necessidade de controle leva muitos fundadores a acumular diversas funções frente aos negócios, o que consiste em outro grande erro, que deve ser evitado. Uma gestão profissional exige que cada componente do grupo tenha suas atribuições definidas de forma clara e de acordo com suas aptidões.
Neste ponto, a qualificação profissional dos membros da família é de suma importância para a manutenção da qualidade dos negócios. Deve-se observar a vocação de cada familiar no momento de distribuir funções na empresa.
Não se pode atribuir funções com base na afinidade ou no grau de parentesco, mas sim nas aptidões de cada membro da família. Se necessário, deve-se cogitar descentralizar a administração do âmbito familiar, integrando ao quadro de administradores pessoas externas à família, que possuam as qualidades necessárias.
Por fim, é de suma importância planejar a sucessão. Para empresas familiares, o processo de sucessão é extremamente importante não só para os negócios, mas também para a família, uma vez que consiste em um ato de transição, estabelecendo uma continuidade das atividades através de uma nova gestão.
Planejar a sucessão não significa afastar o fundador dos negócios, mas sim realizar um diagnóstico da empresa, traçando estratégias para manutenção das atividades e preparando os sucessores, fazendo com que estes participem mais ativamente da administração.
Ainda, quando se realiza um planejamento sucessório, é possível realizar algumas etapas da sucessão ainda em vida, reduzindo custos e podendo, inclusive, evitar um longo processo judicial de inventário.
Tais empresas devem extrair os pontos positivos do vínculo e das raízes familiares para a manutenção dos negócios, no entanto, sem que se perca o profissionalismo necessário para que se possa crescer diante do mercado.
Grazielle Ferreira Gozzi
Advogada Associada - RZA Advocacia
OAB/MS 23.006
Pós Graduanda em Direito Civil e Empresarial
grazielle@rzaadvocacia.com.br
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